MIAMI, 26 Out (Reuters) - O furacão Sandy se deslocava nesta sexta-feira em direção à Costa Leste dos Estados Unidos, depois de matar pelo menos 41 pessoas no Caribe, ameaçando se tornar uma das piores tempestades a atingir o Nordeste do país em décadas.
De acordo com o mais recente boletim do Centro Nacional de Furacões, o Sandy estava 670 quilômetros a sul-sudeste de Charleston, na Carolina do Sul, na noite desta sexta-feira, com ventos máximos sustentados de 120 quilômetros por hora.
Meteorologistas disseram que danos provocados pelo vento, falta generalizada de energia e inundações eram esperados em uma ampla faixa da densamente povoada Costa Leste do país, onde o Sandy deve tocar a terra no começo da próxima semana.
"Estamos esperando uma grande, grande tempestade", disse o diretor do Centro de Previsões Hidrometeorológicas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, Louis Uccellini.
Ele evitou chamar o Sandy de possivelmente a pior tempestade a atingir o nordeste dos Estados Unidos em 100 anos, como alguns meteorologistas vêm fazendo, mas disse que o furacão estava ganhando forma para se tornar uma tempestade de proporções "históricas".
A tempestade de fim de temporada foi apelidada de "Frankenstorm" por alguns meteorologistas, porque vai combinar elementos de um ciclone tropical e uma tempestade de inverno. Modelos climatológicos indicam que terá todos os ingredientes para se transformar em uma enorme e potencialmente catastrófica "supertempestade".
A previsão atual é de que o Sandy chegue à costa norte-americana no começo da próxima semana, entre a noite de segunda-feira e a terça-feira, em Maryland, Delaware, Nova Jersey, Nova York ou sul da Nova Inglaterra.
As autoridades municipais de Nova York consideram interromper o tráfego urbano antes da chegada da tempestade.
ROMNEY E BIDEN CANCELAM VIAGENS
O furacão já afeta a campanha presidencial norte-americana, a menos de duas semanas da eleição de 6 de novembro. Um assessor do candidato republicano, Mitt Romney, disse que ele cancelou um comício na noite de domingo em Virginia Beach, na Virgínia.
A campanha do presidente Barack Obama, candidato à reeleição, disse que ele está monitorando a situação. Sua agenda prevê compromissos no sábado em New Hampshire e na segunda-feira em Ohio e na Flórida. O vice-presidente, Joe Biden, cancelou sua ida à Virgínia no sábado.
Um longo trecho da Costa Nordeste da Flórida estava sob alerta de tempestade tropical, e o estado de observação vigorava até a Carolina do Norte. Ventos e chuvas causados pelo Sandy já eram vistos em grande parte da Flórida, onde escolas fecharam e vários aeroportos registraram atrasos nos voos.
Na noite de quinta-feira, o Sandy foi rebaixado da categoria 2 para a 1 na escala Saffir-Simpson, depois de passar por ilhas pouco habitadas no sudeste das Bahamas, arrancando alguns telhados e provocando apagões.
Nos próximos dias, o fenômeno natural deve perder alguma força, mas o Centro Nacional de Furacões, sediado em Miami, afirmou que ventos com força de furacão ou de tempestade tropical ainda devem ocorrer quando o Sandy atingir a costa do país.
As chuvas e os fortes ventos do furacão Sandy já mataram 41 pessoas no Caribe, onde deslizamentos de terra e inundações repentinas foram provocados pela tempestade.
O governo de Cuba afirmou que 11 pessoas foram mortas na quinta-feira na ilha. Pelo menos 26 vítimas fatais foram registradas no Haiti, e quatro na República Dominicana, na Jamaica e nas Bahamas.
O número de mortos em Cuba foi excepcionalmente elevado para um país onde o regime comunista tradicionalmente se gaba da capacidade de retirar moradores de áreas ameaçadas por tempestades.
Alguns especialistas alertam que o Sandy pode ser mais destrutivo que o furacão Irene, que causou prejuízos de bilhões de dólares no ano passado no Nordeste dos Estados Unidos.
(Reportagem adicional de Jeff Franks e Nelson Acosta, em Havana; de Kevin Gray, em Miami; de Susana Ferreira, em Porto Príncipe; e de Gene Cherry, em Hatteras Island, Carolina do